Olá
vou contar um pouco a história de um amigo de infância que sempre foi
empreendedor e hoje está se reerguendo depois de chegar ao fundo do poço.
Nossa
história começa em 1992 no bairro em que cresci e fui criado, sem água
encanada, energia elétrica ou qualquer sistema de saneamento básico, contudo
esse bairro era o maior barato para molecada.
Assim
que mudei meu amigo que aqui vou tratar por um apelido fictício de “Chinês” foi
uma das primeiras pessoas que tive contato, se eu cheguei naquele bairro sem
estrutura imagina ele que já estava ali 3 anos antes de mim.
Todas
as famílias da nossa rua eram muito simples, já que ninguém que tivesse boa
situação financeira se sujeitaria a morar naquela situação.
Lembro-me
que tinha uma casa em um bairro próximo que de vez em quando os proprietários
colocavam a televisão na porta da residência para a molecada ver algum programa
e assim que nós assistíamos inúmeros episódios da turma do Chaves.
Um capítulo
em especial despertou nosso espirito empreendedor, foi o que Chaves vendia
churros.
No
outro dia pela manhã pedi para minha mãe fazer algo para eu vender também e foi
ai que ela teve a ideia de fazer “chup-chup” ou “geladinho” ou “sacolé”, porém
não tinha como gelar, pois não havia geladeira, dessa forma, havia somente o
liquido na temperatura ambiente dentro de um saquinho de plástico.
Chamei
Chinês e juntos saímos com nossa caixa de papelão – já que não precisava de ser
térmica – e para nossa surpresa vendemos tudo, mesmo sem saber ler ou fazer
conta, já que tínhamos 5 e 6 anos de idade. Mas acredito que ninguém teve
coragem de nos passar a perna.
Depois
disso abrimos uma mini mercearia sob caixas de papelão na nossa própria rua com
aproximadamente 10 unidades de bala, 1 chiclete e 2 pés de moleque. Algumas
pessoas por brincadeira compravam da gente e nós desesperadamente corríamos até
a venda mais próxima, algo em torno de 3,5km de distância e rapidamente repúnhamos
nosso estoque.
Porém
não conseguíamos evoluir nosso negócio e para falar a verdade levávamos muito a
sério já que nunca consumíamos nada.
Foi
então que um dia minha mãe nos deu uma consultoria gratuita e nos informou que precisaríamos
obter algo chamado lucro para conseguirmos mais dinheiro. No entanto,
encerramos a empreitada, já que não tínhamos idade suficiente para entender o
porquê uma pessoa iria querer pagar mais caro de nós já que a vendinha teria o
mesmo produto mais barato.
Já com
mais idade partimos para a área que hoje é muito difundida e incentivada a do meio
ambiente, assim começamos a catar latinhas na rua para vender em um ferro
velho, com o objetivo de angariarmos fundo para a criação do nosso time de
futebol, que necessitava de camisas, bola e quem sabe um dia chuteiras, isso
nós já tínhamos 9 a 10 anos de idade.
Após 5
dias catando materiais recicláveis conseguimos uma boa quantia para a época,
porém esse valor foi totalmente usado para pagar uma bola que pegamos
emprestado e acabou furando em uma cerca de arame farpado. Depois disso não
quisemos voltar com o negócio já que todo o material do bairro aquela época já
tinha sido coletado por nós, e não tínhamos permissão para ir tão longe.
O
tempo foi passando e cada um de nós foi tomando um rumo na vida, com 17 anos
abri minha primeira Lan House e Chinês se mudou para uma cidade que é
referência em produção de um determinado produto que é vendido em todo Brasil.
Lá ele se deu muito bem e abriu uma rota de distribuição do produto e faturava
alto, no entanto, um problema que teve com sua esposa o fez deixar tudo e
seguir em outra cidade a partir do zero.
Em
pouco mais de 2 anos trabalhando muito conseguiu abrir um restaurante e uma
lanchonete, conheceu outra mulher e com ela foi morar. Pouco tempo depois
descobriu que ela também estava o lesando e teve que desistir do negócio.
Depois
termino galera, agora vou fazer outras coisas aqui em casa por que retorno de
feriado é difícil.
Muito boa a história, continua!
ResponderExcluirAbraços
☺
Triste ver relacionamentos acabando com a chance de gente empreendedora, espero que o seu colega tenha aprendido a lição
ResponderExcluirEle arrumou outra e parece que essa te um bom caráter.
ExcluirOlá LI,
ResponderExcluirMuito boa a história.
Esse seu amigo tem que aprender com os dois tombos. Do jeito que ele está indo ele vai trabalhar só para as mulheres dele. Ele tem que investir sozinho e nada de colocar mulher no negócio, pois ele sempre leva ferro.
Abraços.
Mulher tem 2 termos ou levanta o cara ou derruba.
ExcluirOlá LI, vamos aguardar a continuação.
ResponderExcluirAbs
Pow na hora que eu estava envolvido com a história, tem que aguardar !! LI você assistiu muito João Kleber kkkk
ResponderExcluirBem essa kkk
ExcluirBuffet começou novinho também, eu era muito burro fazia serviço braçal quando criança , talvez se tivesse começado no comercio teria empreendido mais cedo.Na verde empreendi com 19 anos mais burro demais ainda .
ResponderExcluirNovo também poxa no caminho certo.
ExcluirDuas falências causadas por companheiras... que dedo podre esse china tem, Lawyer!
ResponderExcluirMulher quando está tudo bom é uma maravilha agora quando tem crise a coisa pega.
ExcluirBela história!! Essa coisa do empreendedorismo já vem com a gente de fábrica.
ResponderExcluirVocês só precisaram da inspiração pra começar.
Grande abraço.
Stark.
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