Continuação.
Adiantei
um pouco a prosa da história do meu amigo e vou pedir a devida licença a todos que aqui acompanham para poder voltar ao trecho esquecido.
Enquanto
abri minha lan house, China estava fabricando produtos na cidade das fabricas
de produtos não revelados no momento. Com toda sua expertise foi tomando
conhecimento do negócio e ao invés de ser uma força apenas braçal do seu
empregador, acabou propondo a ele que iria sair nas cidades vizinhas e oferecer
seus produtos para lojista, ou seja, seria um promotor de vendas e ganharia
comissão, que não era pouca coisa já que os produtos tem um certo valor
agregado e quando há venda, essa ocorre em uma quantidade considerável.
Porém
China não foi tão esperto.
No
auge de 2007 estava na moda financiar veículos e nosso amigo não hesitou em
adquirir um super popular básico pé de cachorro por 60 prestações de quase um
salário mínimo na época.
Até ai
estava tudo bem, nada a reclamar, estava trabalhando, correndo atrás dos seus
objetivos, resumindo um verdadeiro mar de rosas.
Nesse
momento tem uma questão obscura que eu não posso relatar por verdadeira falta
de conhecimento, já que houve uma briga, desavença e há quem diz que até
pancadaria da amásia de China contra aquele pobre ser.
Certo
é que depois de inúmeros eventos e por que não até violentos, China acabou
separando da primeira amásia e seguiu seu caminho. Nesse momento acredito que
houve um desânimo emocional e como consequência sua falta de atenção com a vida financeira provocou a venda ou arrecadação do seu
possante pela instituição financeira, e Chinês foi morar de favor com um dos
seus irmãos.
Voltou
a labuta na fábrica insalubre, negra e com ruídos capazes de dar medo a
qualquer entusiasta do filme exorcista assistido sozinho em dia de sexta-feira à noite. Mas China não deixou a
peteca cair e por algum motivo que também não sei falar mudou-se para a cidade
que hoje trabalha.
Mas
calma. Espera ai amigo. Ele saiu de lá novamente, mas voltou e agora está. Que
coisa difícil de relatar, até falando eu me confundo imagina escrevendo!
Voltemos ao relato.
Chegando
nessa cidade China foi morar em um posto de Gasolina de favor e resolveu
empreender comprando poucas unidades do produto que antes fabricava e alguns eletrônicos
sem grande valor como rádios e brinquedos eletrônicos e com a permissão do
proprietário foi vender tudo no restaurante do posto.
Montou
uma banquinha caquética dependurada em alguns maus ajustados pés de madeira e
ali nasceu sua nova loja.
Vendia
tudo que seu dinheiro conseguia comprar e assim foi conquistando um pequeno e
frágil capital. Incrementou sua banca com mais uma tábua e agora com mais
glamour já que poderia cobri-la com um plástico estampado com sua logo marca “Banca
do Chinês”.
Dia
vai dia vem e chinês ia labutando em frente ao posto de gasolina mesmo com toda
a fuligem batendo em seu feio rosto rasgado pelas marcas da dolorosa vida e
sol, conheceu sua segunda amasia e dali em diante começaram a viver juntos.
Foi
então que a sorte virou para seu lado e por ocasião do destino o dono do
restaurante não quis mais tocar o negócio e ofereceu a chinês que não titubeou
e agarrou a oportunidade.
Chinês
relatou olhando nos meus olhos que quando pegou o empreendimento ficou com
bastante medo, pois nunca se atreveu a sequer sonhar em trabalhar no ramo da
alimentação, esclareceu também que não tinha muita coisa a perder e que já estava
acostumado com a vida sofrida e provavelmente ser dono de restaurante não seria
um martírio maior do que já estava.
A aposta
dele foi certeira e não é que ele como empreendedor nato levantou o negócio, a
clientela aumentou o faturamento também, chinês agora tinha 4 funcionários e a
amasia trabalhando com ele.
Nessa época
surgiu a oportunidade de comprar uma lanchonete no centro da cidade e então
ampliou seu negócio. Agora ele estava pleno, realizado e com o burro na sombra.
O problema
de chinês é que ele não guardou dinheiro e tudo que entrava gastava com uma
vida boa para sua família, todos consumiam tudo do bom e do melhor.
Porém com a crise a caminho Chinês sofreu um duro golpe!
E por
um azar do destino, o posto de gasolina foi fechado. Oras o que é um restaurante
de posto de gasolina de estrada sem combustível? Ele viu seu faturamento cair
sei lá uns 80%, ai a coisa apertou, as brigas em casa aumentaram, os
funcionários reclamaram e seu negócio foi indo a baixo.
A lanchonete
não estava lá grandes coisas, pois toda energia que ele tinha era investida no
restaurante e a todo custo ele queria reerguer o negócio. Assim foi obrigado a
fechar a lanchonete e vender seu carro.
Continuou
com o restaurante claudicante por mais alguns meses, porém sem perspectiva
também encerrou as atividades. Nessa época as brigas em casa eram constantes,
já que a vida que outrora tinham não era a mesma.
Quando
se deu conta ele já tinha vendido todos os móveis de sua casa e partido meio
brigado com sua amásia para o interior de outro estado morar de favor na casa
de parentes dela e trabalhar como peão na roça.
Aqui
foi o fundo do poço.
Continuará.....
Aguardem ele deu a volta por cima.
Que história.
ResponderExcluirApesar de você já ter contado o desfecho final, creio que posso tecer algumas considerações.
Seu amigo errou no restaurante justamente por não ter o know-how, pois se ele fosse do ramo de alimentação, conseguiria fazer a relação de que o restaurante de beira de estrada depende do posto para criar movimento, assim, com o fechamento do posto não é viável a manutenção do restaurante, independentemente dos investimentos feitos, pois ninguém quer frequentar um restaurante ao lado de um posto abandonado, pelo motivo que o local não inspira confiança.
Com o fechamento do posto de gasolina, o chinês, para tentar manter o restaurante deveria ter comprado o empreendimento, mas como isso não era possível, ele deveria ter investido na lanchonete, tendo em vista da boa localização desta, você disse que era no centro, assim, apesar dos ajustes iniciais, ele não sofreria um duro baque.
A manutenção da lanchonete era a alternativa mais racional, mas por desconhecimento, o seu amigo não conseguiu ver.
Bom, mas como ele deu a volta por cima, fico mais tranquilo.
Pois é, mas ele apesar de ousado é sem experiência.
ExcluirMuito boa a história.
ResponderExcluirMas se eu fosse você editava esse finalzinho e deixava apenas assim " Continua"
Cria um ar de mistério e o pessoal ficará curioso com o final pois do jeito que voce colocou já revelou o final.
abç
Mas a intenção nem é dramatizar e sim contar a história do empreendedor.
ExcluirAguardando a continuação. Esse china é cagado de urubu!
ResponderExcluirArranjar disposição para escrever kkk.
ExcluirEu não peguei o inicio desta história mas já pelo que eu li aqui tá melhor do que novela da Globo. Esperando pelo próximo capítulo ! hehehe
ResponderExcluirVlw pocotó.
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