quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Parasitas estatais





Hoje irei desabafar. Para quem pensa que o setor público não tem puxa sacos, invejosos e fofoqueiros, está muito enganado. Provavelmente todos esses adjetivos pejorativos acima expostos acompanham o ser humano em qualquer lugar que ele vá.


No setor em que exerço as minhas atividades chegou uma leva de novatos, e até o presente momento meu chefe e eu somos os mais antigos, ele com 8 anos e eu com 4 anos. Pois bem, a função que desempenhamos tem algumas metas a serem batidas (pra quem acha que servidor não tem cobrança) e isso influencia diretamente em nosso bolso. Foi isso mesmo que eu escrevi, quanto menos produtivo você for menos dinheiro pingará na sua conta no final.


Explico! No meu Estado somos periodicamente avaliados, isto é, uma vez por ano. E ao final de cada ano para você subir na carreira precisa de uma pontuação estabelecida dentro de parâmetros predeterminados. E se sua avaliação for ruim você carregará essa nota e além de demorar a subir de estágio, também ganhará menos.


Foi então que os novatos (a)s chegaram cheios de DIREITOS e fazendo corpo mole. Literalmente com o pensamento de que passou no concurso público e se aposentou. Com o espírito preguiçoso e com má vontade para fazer o básico. E eu como já sou mais ativo desenvolvo todas as minhas tarefas rápido e com isso consigo mais. Resultado? Ganhei e continuarei ganhando mais que eles. 




Foi ai que se instalou a merda na repartição. Esses calhordas agora só ficam cochichando pelos corredores e de cara amarrada para mim, apenas pelo simples fato de realizar as ordens que me foram emanadas, e, diga-se de passagem, são bem fáceis de fazer. Sem contar que ganhamos muito bem para cumprirmos o acordo selado com o Estado através do edital.


O que me deixa mais frustrado é que eu pago os salários desses medíocres com meus impostos. Olha o tamanho da revolta que me dá, estando dentro da repartição. Imagino vocês meus amigos e usuários do serviço público como devem ficar. Em partes não tiro a razão da população em massacrar o funcionalismo público. Claro que não podemos generalizar, mas atualmente a maior parte da repartição em que eu trabalho é assim. Já dizia Nelson Rodrigues “Toda a unanimidade é burra”.


Para a maioria do pessoal que entrou recentemente o serviço público está sendo o primeiro emprego. Isso mesmo, todos saíram da faculdade sem nunca ter ralado em local algum e já chegam ganhando acima da média nacional +- R$4.500,00 para trabalhar por 8 horas diárias com 2 horas de almoço.


Para se ter uma ideia, uma pessoa com boa vontade consegue desempenhar com afinco todas as obrigações do dia com apenas 3 horas trabalhadas ininterruptamente. Ou seja, se o parasita tiver um pingo de boa vontade ele dilui essas 3 horas em um total de 8 e trabalha sossegado o dia inteiro e ainda batendo metas. 


Agora me fala se acontece isso? Claro que não meus amigos! Sabe por quê? Por que para eles é muito serviço e já que são funcionários públicos estáveis não precisam se preocupar. Foda né!


Sou um apoiador no sentido de ter mais cobrança e fiscalização na máquina estatal. Não sou chato e sim justo. Se colocasse qualquer pessoa da iniciativa privada para fazer as funções da minha repartição aposto que faria com 2 horas e por 1/3 do salário. Com isso quem sofremos somos nós, país subdesenvolvido que morreremos sem vê-lo se desenvolver.




12 comentários:

  1. Putz, que droga, Lawyer! Eu tenho medo de passar e cair com uma galera assim, iria ficar puto também!

    Mas me diz uma coisa, eles não podem ser demitidos durante o período de estágio por mal desempenho ou isso é só balela?

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    1. Podem sim, a lei. Mas chefia nenhuma quer saber de mexer com essa papelada não MIN.

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  2. Não sei qual é o seu cargo, mas vou te passar as informações e observações que tenho considerando o meu cargo.
    Sou servidor público federal há mais de 10 anos. Muito bem remunerado. Jornada de 8 horas, mas totalmente flexível. Basta cumprir 40 horas semanais. Tipo 10-10-8-6-6 ou 8-8-8-8-8 ou 7-7-7-9-10, tá beleza, desde que se complete 40 na semana.
    Como no seu, tem metas para promoção e progressão. Só metade sobe a cada ano. O que acontece? Os melhores sempre sobem, mas os "panelinhas" também sempre sobem.
    Isso causa muita confusão e muita frustração. Na meu cargo são 14 níveis. Eu estou no 11, prestes a alcançar o 12 (faltam dois meses, já está confirmado). Eu sempre subi (exceto uma vez) por ser produtivo. A única vez que não subi, foi quando mudei de setor e, como não tive tempo de mostrar serviço, fui preterido pelos "panelinhas".
    Como só deixei de subir uma vez, isso não me causou muita frustração, mas vejo que tem muitos que produzem que não sobem devido aos panelas.
    Tem setores que o cara literalmente vai ficar estagnado na carreira, pois tem muito panela que mesmo se não produzir o suficiente, subirá, deixando os outros do setor para trás (ainda que produzam muito mais).
    Mas, como você disse, isso ocorre tanto na pública como na privada. Cabe a cada um tentar lidar da melhor maneira possível. Eu, por exemplo, mudaria de setor se percebesse que estava sendo sacaneado.
    Eu só mudo de setor quando sou convidado, porque aí eu sei que estou sendo valorizado. Na vez que não fui promovido, eu mudei a pedido por questões particulares e me lasquei. Mas já fui sabendo que isso poderia ocorrer (como de fato ocorreu).

    No que diz respeito aos novos servidores, no meu cargo vejo uma mudança muito grande de visão dos novatos. E mudança para melhor. O pessoal é bastante interessado em trabalhar para mudar o País. Infelizmente, logo se percebe que o servidor público não depende só dele para alterar profundamente as merdas que estão aí. Para mudar mesmo, ele tem que ter cargo em comissão alto. Só que,uma vez que ele consegue o cargo em comissão, a visão idealista dele muda, uma vez que agora ele passa a querer garantir o cargo em comissão dele (e isso implica em ser pau mandado). Lógico que não estou dizendo que isso ocorre nos 100% dos casos, mas pelo menos aqui te digo que chega facilmente em 90%.

    Abraço!

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    1. Anon, deu sorte com os servidores dai viu. Não sei sua área de atuação, mas aqui tá só muchiba.

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  3. É isso mesmo. Espero que um dia a iniciativa privada se dê conta, se revolte e a fonte seque (impostos). Uma pena que a minoria é colocada nessa mesma vala. Lembro de professores meus que odiavam greve nas universidades, não viam razão, mas não tinham como pará-las. Abraço.

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  4. Sou funcionário público de baixo escalão numa cidade pequena. Muita gente critica abertamente todo o funcionalismo público, sem fazer nenhuma distinção entre centenas de órgão e carreiras que constituem todo esse emaranhado funcional.
    Tem funcionário público que ganha muito mais do que merece e tem os que ganham muito menos do que merecem.
    Puxa saquismo, teatro e falsidade existem sim e bastante, assim como tem alguns que gostam de ficar contando vantagens e acabam promovendo uma guerra fria de egos com outros funcionários.
    Já pensei em sair do meu emprego, porém o mercado de trabalho na cidade onde moro é pífio. Já houvi diversas vezes comentários do tipo: Você é concursado pode se aposentar lá...
    Meu emprego não é ruim, mas tem seus altos e baixos, mas gostaria de fazer outra coisa, mudar de ambiente, de rotina...
    Quando penso em sair de lá não sei exatamente o que fazer e assim vou ficando. Estagnado, venho trabalhando bastante, mas sem perspectivas de mudanças.
    Cidade pequena nessas horas parece uma gaiola.

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  5. O problema é que o tempo passa e podemos perder changes fora do Estado.

    Assim acabamos preso. Não sei até que ponto compensa.

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    1. Tem momentos em que eu também não sei se compensa. Pra quem vive em cidade pequenas compensa mais, mas daí a valer a pena vai de cada caso.
      Penso em empreender mas como nunca empreendi ainda não encarei esse desafio de frente.

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    2. Já empreendi por 3 vezes e todas elas deram certo, porém muito trabalho.
      Estou pensando em algo pra tocar paralelo.

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  6. E os senhores ainda acreditam que com um povo desses vamos se quer chegar perto de países de primeiro mundo?

    Olha só jogando várias bombas nucleares e recomeçando de novo.

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  7. Verdade meu caro. Nossa geração não verá mudanças.

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