Hoje
o texto será totalmente ao contrário do que é discutido nesse ambiente. Noutra
falávamos de riqueza e como devemos proceder para buscá-la, porém nesse momento
senti vontade em compartilhar algumas angustias que me acompanham em algumas situações do dia.
Assim
como eu nobre leitor, acredito que você diuturnamente se depara com a realidade
brasileira e sua faceta de miséria e pobreza. Como trabalho em uma região
urbana, é sabido que a maioria das repartições públicas atendem um sem número
de pessoas, e vez por outra fazemos algumas visitas a regiões da cidade, que
são esquecidas pelo poder público. Pois bem, na última semana fui a um desses
locais e irei compartilhar o que vi.
Foi
em uma área de aglomerado (favela para ser bem franco), o lugar fica há alguns quilômetros
de distância do centro e próximo a um lixão, que é o principal empregador –
mesmo que informal. As ruas eram em sua totalidade esburacadas e sem qualquer
tipo de pavimentação. Somado a isso vinha à falta de saneamento básico,
literalmente havia merda na rua, e não só de seres humanos, também de animais
como cavalos, cabritos e porcos.
As
casas, se é que podemos chamar assim, eram um amontoado de paredes irregulares,
sem qualquer tipo de sustentação descente, feito que meio no improviso e
pendulando para todos os lados a mais leve brisa.
Visitei
a comunidade com outros funcionários por volta das 10h da manhã e o que me
deixou mais abismado foi o grande número de pessoas desocupadas vagando pelas
ruas. Consegui observar em algumas bitacas, adolescentes e jovens em plena forma
física e condições de trabalho, bebendo cerveja e cachaça como se final de
semana fosse. Embalados por um ruído cacofônico e nitidamente pornográfico
(vulgo funck) passavam as horas produtivas do dia como se fosse à coisa mais
normal do mundo. Em algumas casas e calçadas podia se perceber garotas novas
carregando frágeis crianças no colo, sem saber ao certo o que estavam fazendo.
Não
posso esquecer-me do receio que tivemos ao passar por alguns locais que
claramente eram comercializado drogas ilícitas. Vi rapazes magricelas com suas
sobrancelhas cortadas, tatuagens mal feitas e cabelos descoloridos. Observei
também o mau gosto em se vestir, naquelas roupas coloridas e espalhafatosas com
imagens de palhaços, armas e símbolos criminosos.
Ao
entrarmos em algumas residências pude perceber o quão precário era o local em
que essas pessoas viviam. Era um ambiente fétido e de muita sujeira, não se via
asseio com nada. Na cozinha quase sempre havia um emanharado de vasilhas sujas
de dias anteriores, consegui perceber esse detalhe pelo tamanho das crostas
petrificadas que estavam em suas bordas. Nos quartos as roupas sujas e limpas
(se é que existiam) ficavam quase sempre em sua totalidade espalhadas pelo chão,
cama, e varais improvisados no interior do imóvel.
No entanto,
era claro que o patriarca da família quando existia estava trabalhando fora
enquanto a mãe cuidava da casa e da prole. Mas como cuidava se a residência
estava nesse estado? Outra coisa que percebi é que todas, sem exceção alguma
das casas visitadas estavam com televisores ligados e alguém atento a tudo que
passava na tela, além dos celulares a tira colo, acompanhado dos toques de
mensagens que não paravam de chegar. Ora se a pessoa tem tempo para assistir
televisão e conversar em redes sociais por que não arrumar a casa.
Depois
de muito refletir e conversar com alguns amigos cheguei à conclusão que eles não têm sequer a
noção de higiene e postura necessárias para uma vida digna. Claro que não estou
generalizando, contudo a grande maioria não recebeu os ensinamentos e
nivelamento existente no que se refere saúde pública. Algumas pessoas não
tinham sequer lâmpadas em casa por opção já que energia elétrica havia e pela
situação facilmente poderiam adquirir algumas pelo preço de R$10,00.
A
cada visita que faço tenho mais a certeza que após conseguir a I.F o correto
seria sair desse país, no entanto, ir para onde? O mundo inteiro está um caos.
A Coreia do Norte ameaça os EUA. China e Rússia a qualquer momento irão entrar na
situação. Estado Islâmico reclama todo tipo de ataque. A que ponto chegamos. Nossos
jovens estão cada vez mais retardados morrendo por um jogo imbecil da balia
azul.
Ao iniciar
essas linhas pensei que estava muito pessimista e ao terminar tive certeza.
Claro que não vou desanimar, só peço a Deus que abençoe todos para que possamos
mudar o nosso destino para melhor.
Muito bem observado LI,
ResponderExcluirEssas pessoas são pobres de dinheiro e espirito também. Conheci muita gente pobre (zona rural) que as casas são bem limpas e arrumadas.
É a Coréia do Norte que está com problemas. Você colocou a do Sul.
Abraços.
"É a Coréia do Norte que está com problemas. Você colocou a do Sul." Bem observado CI escrevi o texto de madrugada depois dos estudos. Passei batido vlw.!
ResponderExcluirPara que pais você pretende ir lawyer? você sabe o futuro negro que nós espera, se você sair daqui você pensa em como vai ficar sua familia? eu penso nisso as vezes e nao sei se vou embora, pois não sei se isso aqui vai virar uma venezuela com a possivel entrada de do polvo imundo em 2018( apesar de nao acreditar em politicus espero que bolsonaro ganhe...), e nem sei o que fazer para proteger nosso patrimônio no caso disso acontecer tenho ouvido historias que querem ferrar até com que tem imoveis...
ResponderExcluirSenti isso recentemente andando pela minha cidade, impressionante a falta de apatia pelo zelo por si mesmo.
ResponderExcluirEntão ainda não pensei sobre isso. O que quis dizer realmente é o sentimento de incerteza que temos depois de tanto sofrer e conseguir algo que almejamos.
ResponderExcluirJá imaginou se vem um louco e pega todas nossas economias? Se explode uma guerra regional e ficamos pobres?
Por isso para quem tem muito é bom diversificar ao máximo em outros países mais seguros.
Se for pensar em um apocalipse nuclear então o melhor investimento é em armas, remédios, bunker e comida enlatada pra pelo menos 10 anos.
ResponderExcluirBobeira ficar pensando nisso, apenas meu modo de pensar.
Claro que não fico pensando apenas refleti sobre os problemas que sofremos de um modo macro.
ExcluirPrefiro poupar e se acontecer algo que eu não tenha controle e perder do que ser um esbanjador e no futuro passar necessidade por uma ingerência minha.
A pobreza é nossa condição natural. Como você disse, falta educação (não falo de escola) pra as pessoas se mexerem. Peço desculpas pela generalização mas já fui bem pobre e passei 3 meses trabalhando em uma favela, e vi muita gente de porte militar sentado em boteco bebendo cerveja em horário comercial. Confesso que cheguei lá pra ajudar e sai apenas com asco e indiferença.
ResponderExcluirMesmo aqui em Portugal, quem quer arruma emprego. Pode ser numa obra fodida mas arruma, e daí cresce.
Não da pra resumir o problema em poucas palavras, mas hoje prefiro ficar o mais longe possível da pobreza em suas varias manifestações e resolver os meus próprios problemas.
Melhor coisa que você faz meu caro, pois quanto mais distante menos se preocupa com os problemas dos outros.
ExcluirSem contar que a maioria daquelas pessoas não querem sair dessa situação. Trágico!
"Sem contar que a maioria daquelas pessoas não querem sair dessa situação. Trágico!"
ExcluirMuita gente é pobre por opção. Pedreiros e mecânicos de carros são, em sua maioria, de classe média baixa pra baixo, mas ganham um dinheiro razoável (ou muito dinheiro, se forem bons). Quantos você conhece que deixaram de serem pobres? Pedreiro então... o esteriótipo de pedreiro cachaceiro não existe a troco de nada.
Que o diga meu potencial amigo rico em http://lawyerinvestidor.blogspot.com.br/2017/04/a-pessoa-so-nao-e-rica-por-que-nao-quer.html
ExcluirProfissionais braçais que só pegam dinheiro (geralmente uma bolada de uma vez), como pedreiros, são gastões por natureza.
ExcluirConfiam demais na própria capacidade de fazer dinheiro (já viram o quanto é complicado achar um bom pedreiro, bombeiro hidráulico etc.? Estão sempre ocupados) e não poupam nada.
Às vezes ficam meses sem pegar um tostão, se metem em rolos, aí quando pegam o dinheiro, esbanjam tudo com putas e cachaça.